Sem título

Com o tempo olhares substituíram as periódicas palavras, carícias tomaram o lugar da saudade e, esperas foram preenchidas por companhia… Renunciamos à tendência poética por conversas bobas, os parágrafos intensos por minutos nossos. Em tempos onde não há muito tempo, prefiro todos com você, até mesmo a melancolia em ser nós, assim errados, assim confusos, no entanto juntos como sempre quis.

Sem título

…Tuas formas em movimento e as milhões de cores do teu rosto sob a luz do sol são antídotos para a minha alma comumente prestes a desabar. (…) Os abraços – quando em presença – ocultam todos os sons que não emitam as vibrações de nossa doce colisão. A propagação do nosso amor deve contagiar até o inanimado mais próximo.

Sem título

Se ao menos eu conseguisse explicar esses sentidos abstratos, tu entenderia quanto de ti cabe no oco dos meus dias, e talvez riria, porque de toda tristeza que isso possa parecer, é de amor as paredes do meu eu. Mais frágeis do que tu julga ser, mas faz-se forte para não te perder.

Publicado em
Categorizado como Frases

Queria escrever…

Queria escrever sobre coisas banais. Então discorreria despretensiosamente sobre o senhor idoso no ônibus e sua destreza em contornar a solidão dos centros urbanos puxando assunto com o vizinho de assento; pouco tempo depois parecem até compartilharem do mesmo destino. Me aprofundaria em algumas linhas de como aquela rua de movimento ocasional às seis da tarde em gradativa perda de iluminação me trás a sensação de estar em casa, ainda com 8 anos. Então escreveria sem propósitos além de simplesmente escrever. Ou fixaria todos esses detalhes na memória, ou a exteriorização denotaria o esvaziar-me à medida que quem lesse levasse consigo um pouco do que senti. Dividindo amplificaria. De mim pra dentro também há perda.

Publicado em
Categorizado como Uncategorized